Skip to main content

Linguagem de maquina

Um lamentavel labirinto! Uma cidade geometrica sem nomes de ruas! Um espeço nevoiro! Ando perdido por este cerebro á 33 primaveras. Custa um pouco um pouco encontrar a informação numa biblioteca de dados iletrada, não deixa no entanto de ser supreendente as varias formas que o "mesmo" pode tomar.
Gostava eu de pintar como escrevo, seria capaz de passar uma vida debroçado sobre um unico objecto, sem nunca o repetir, seria a revolução do abestrato, o renovar do sorrial e no fim continuaria a supreender.
Engraçado é tentar escrever e ver uma nebolosa onde se forma e deforma a palavra, em que ela muda a um ritmo cadenciado, em que rodam as letras e se vão tentando posicionar como de um sorteio se tratasse, e derrepente se tem de decidir, "-fica assim, esta palavra já cança, quero chegar ao ponto final, esse eu sei escrever.", depois ocorre o logico, tambem sei fazer traços, quem sabe em morçe, isto fosse mais facil, ou 0 e 1, e ser um ser binario a usar linguagem de maquina. Mas no fundo aon terçeiro traço já não me lembraria do primeiro ponto, e ao segundo 1 já saberia que nestas coisas da escrita sou mesmo é um 0.
E assim eu me passeio pelo cerebro enquanto me deabato com a escrita, perdido mas entretido.

Comments

Popular posts from this blog

A.A.

Falar para um grupo de terapia é sempre constrangedor, já se esteve ali sentado a ouvir os outros, já se conhece o molde em que é feito, mas tudo o que se possa dizer parece agora pouco, o que nos levou lá parece insignificante perante as outras vidas. Ele estava ali em pé parado, silencioso perante um grupo que o olhava ansioso, esperando a relativização dos seus próprios problemas. Se o seu mentor não o tivesse empurrado, nunca teria tido sequer a coragem de tentar. Sabia que tinha de começar, só que na garganta estava um nó que lhe negava o verbo. Começou por balbuciar imperceptíveis palavras, entre gaguejos e entaramelares, a sua vida foi aparecendo lentamente. O olhar atento dos outros motivou-o a continuar. A sua vida era um caos, nascera debaixo de uma austera educação católica que o levara a tornar-se num menino da Igreja devoto e solidário, uma boa alma virtuosa, incapaz de pecar. Vivia uma existência crente que lhe criara bloqueios, num mundo agressivo e violento que con...

Deus perdoa, eu não.

Vai rápido na sua lambreta, sem medo de nada, não há perigo que assuste Amilcar, cresceu a trabalhar pedra e o mármore faz de um homem um duro. A pressa que o leva é o amor ao seu Benfica, tem de chegar ao Preto & Branco antes que o jogo inicie. De Pêro Pinheiro ao Algueirão Velho ainda é um esticão, mas ali no P&B sempre há as gajas para comemorar a vitória. Finalmente chega ao seu destino, desmonta da Zundap sem perder a pose, sai calmo, tira o capacete naquele gesto que o caracteriza, puxa o escarro do pó que carrega nos pulmões, lança com desprezo para o chão aquela morte que vem dentro dele por nunca usar a máscara, pois isso não é coisa de homem. Entra no P&B, para trás deixa a moto que no depósito tem escrito a frase que tudo diz sobre ele: “Deus Perdoa, eu não.” O jogo começa, pede cerveja, uma a seguir à outra entremeada de 1920, pois vai ser um dia de festa e Amilcar não quer perder nem um segundo. O jogo vai correndo, a cerveja embriagando e o ânimo crescendo. Já...

IN Diferente.

A propósito da escrita e do políticamente correcto, saíu na Xis deste fim-de-semana uma reportagem sobre o tema, “Dislexia Diferença e não Doença”. Não querendo atacar, de forma alguma, o texto certamente bem intencionado e bem estruturado da Jornalista Ana Gomes, não deixa de me incomodar no entanto esta prisão linguística que foi impreguenado no discurso moderno, o tão chamado e utilizando um jarguão jornalístico, políticamente correcto. Essa clausura da palavra, que leva a um suavizar das expressões e que embora sirva para impedir que se firam susceptibilidades em pessoas mais sensíveis, retira a carga dramática que os substantivos e adjectivos utilizados para tipificar as questões devem ter. Olhando esta peça escrita para informar, encontrei o mote para este texto que andava a remoer, palavras brandas retiram por vezes a profundidade ao problema, e embora compreenda a gravidade do tema em questão e a necessidade de uma abordagem sensível, pois a reportagem trata de uma deficiência...