Acordei cedo, olhei para o lado e o lado ainda não olhava para mim. Era cedo.
Passei algum tempo a olhar o vazio escuro, que por cima de mim estava.
É engraçado como, por vezes, nos revemos de tal forma no vazio. Como é possível ver nele boa parte da nossa vida, sem que nos pareça estranho ou mesmo assustador, olhar um espaço em que nada há e aí vermos desfilar o que fazemos. Não que seja vida vazia, mas de facto não chega a ocupar aquele espaço de breu. Passa perante os nossos olhos, informação solta e cheia de lacunas. São imagens perdidas que naquele entorpecimento matinal desfilam lânguidas. Vão passando, sem nada querer dizer. Deixando apenas entrever aos poucos o escuro que nos cerca no momento. Esse escuro que nostálgico não nos vai deixar durante o resto do dia.
Cansado desses laivos de vida, calei-os. Decidi que não os cria mais a cirandar na minha frente.
Concentrei-me de novo no escuro, já não era tão escuro. Uma pequena dose alvor já o aclarava.
Aos poucos os meus ouvidos foram se concentrando num respirar sereno mesmo ali ao lado, e depois noutro um pouco mais ao fundo, alegrei-me um pouco enquanto os meus olhos começaram finalmente a pesar. Adormeci um pouco mais animado, porem sei que a nostalgia já invadiu o resto do dia.
Passei algum tempo a olhar o vazio escuro, que por cima de mim estava.
É engraçado como, por vezes, nos revemos de tal forma no vazio. Como é possível ver nele boa parte da nossa vida, sem que nos pareça estranho ou mesmo assustador, olhar um espaço em que nada há e aí vermos desfilar o que fazemos. Não que seja vida vazia, mas de facto não chega a ocupar aquele espaço de breu. Passa perante os nossos olhos, informação solta e cheia de lacunas. São imagens perdidas que naquele entorpecimento matinal desfilam lânguidas. Vão passando, sem nada querer dizer. Deixando apenas entrever aos poucos o escuro que nos cerca no momento. Esse escuro que nostálgico não nos vai deixar durante o resto do dia.
Cansado desses laivos de vida, calei-os. Decidi que não os cria mais a cirandar na minha frente.
Concentrei-me de novo no escuro, já não era tão escuro. Uma pequena dose alvor já o aclarava.
Aos poucos os meus ouvidos foram se concentrando num respirar sereno mesmo ali ao lado, e depois noutro um pouco mais ao fundo, alegrei-me um pouco enquanto os meus olhos começaram finalmente a pesar. Adormeci um pouco mais animado, porem sei que a nostalgia já invadiu o resto do dia.
Comments
Adoro seus textos. =)
Abraços do Brasil.
Abraços para o Brasil!
Como disléxico acho que descreves perfeitamente a minha forma de pensar.