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Showing posts from 2005

IN Diferente.

A propósito da escrita e do políticamente correcto, saíu na Xis deste fim-de-semana uma reportagem sobre o tema, “Dislexia Diferença e não Doença”. Não querendo atacar, de forma alguma, o texto certamente bem intencionado e bem estruturado da Jornalista Ana Gomes, não deixa de me incomodar no entanto esta prisão linguística que foi impreguenado no discurso moderno, o tão chamado e utilizando um jarguão jornalístico, políticamente correcto. Essa clausura da palavra, que leva a um suavizar das expressões e que embora sirva para impedir que se firam susceptibilidades em pessoas mais sensíveis, retira a carga dramática que os substantivos e adjectivos utilizados para tipificar as questões devem ter. Olhando esta peça escrita para informar, encontrei o mote para este texto que andava a remoer, palavras brandas retiram por vezes a profundidade ao problema, e embora compreenda a gravidade do tema em questão e a necessidade de uma abordagem sensível, pois a reportagem trata de uma deficiência

Cabessundo.

Havia em Africa uma pequena tribo antiga chamada Pirunda. Fazia parte de uma grande nação Africana, que estava disseminada por quase todo o Continente. Essa pequena tribo, que na realidade não tinha grande importancia para a nação a que pertencia, povoava um deserto pouco produtivo e seco mas batia-se brávamente pelo território com as tribos vizinhas. Ela era controlada por um soba capaz, que lutava com força pela tribo. No entanto, chegou um dia à tribo, um feiticeiro charlatão de nome Cabessundo, enviado por um dos sobas superiores da nação, para assumir o comando da tribo. Essa decisão não foi tomada por fé nesse novo líder, mas sim porque o feiticeiro ameaçara com um mau olhado o soba superior, se este não lhe arranjasse uma tribo para comandar, e ele como era velho e vivia aterrorizado com a morte, enviou-o para a tribo mais afastada que lhe ocorreu. Com a chegada desse feiticeiro, o soba da pequena tribo pensou ainda durante uns tempos que seria capaz de aguentar a tribo unificad

Deus perdoa, eu não.

Vai rápido na sua lambreta, sem medo de nada, não há perigo que assuste Amilcar, cresceu a trabalhar pedra e o mármore faz de um homem um duro. A pressa que o leva é o amor ao seu Benfica, tem de chegar ao Preto & Branco antes que o jogo inicie. De Pêro Pinheiro ao Algueirão Velho ainda é um esticão, mas ali no P&B sempre há as gajas para comemorar a vitória. Finalmente chega ao seu destino, desmonta da Zundap sem perder a pose, sai calmo, tira o capacete naquele gesto que o caracteriza, puxa o escarro do pó que carrega nos pulmões, lança com desprezo para o chão aquela morte que vem dentro dele por nunca usar a máscara, pois isso não é coisa de homem. Entra no P&B, para trás deixa a moto que no depósito tem escrito a frase que tudo diz sobre ele: “Deus Perdoa, eu não.” O jogo começa, pede cerveja, uma a seguir à outra entremeada de 1920, pois vai ser um dia de festa e Amilcar não quer perder nem um segundo. O jogo vai correndo, a cerveja embriagando e o ânimo crescendo. Já

O pequeno homem.

O homemzinho, pequenino sai de casa. Infeliz vai andando, olha para o chão, encolhido na sua pequenês, esmagado pela grandeza que o rodeia, vive acossado pelo mundo, derrotado pelos embates gigantes que ocorrem constantemente. Vai pequeno, comprimido na sua insignificancia a olhar para baixo porque o que está em cima assusta. Pequeno, tem medo de ser esmagado. Mas o homemzinho nem sempre foi pequeno, foi a vida que assim o moldou. Nasceu grande, forte, mas cada vez que fazia algo embatiam contra ele, saltavam em cima dele porque simplesmente existia e era grande, os homens não se querem grandes, querem-se pequenos, ordeiros e obedientes, e ele contrariava a tendência e reclamava o direito a ser grande, a ser maior que os outros, a olhá-los de cima. A principio tentou resistir, disse a si proprio que não se deixaria esmagar, que era grande e forte, mas o que o rodeava, era maior e destruidor. Lutou sem parar e foi-se cansando, finalmente baixou os braços porque já não os aguentava ergui

Ordem?

Critico-me pela minha falta de contibuição para a ordem global, ou abestinencia política. Os meus pensamentos ligeiramente de esquerda não ajudaram muito, especialmente no ceio de uma familia de direita, havia um desconforto em tomar uma atitude política, e ainda bem, no fim de contas sou disléxico, o uníco contributo que poderia dar era para a desordem global. Seria mais do mesmo, existem centenas de pessoas a dar esse contributo sentadas na Assembleia da Republica, numa espécie de praga concentrada de disléxicos, eles confundem a direita com a esquerda e trocam de palavra como quem troca de camisa. Mal se dá uma eleição o discurso altera-se, dia novo camisa nova, nada de novo. Quanto a contribuir, eu ainda sou daquelas pessoas que vão votar se bem que cada vez com mais dificuldade, nesta ultima eleição entrei na mesa sem um sentido de voto e sai de lá na mesma, e a próxima adevinha-se ainda pior, tomei a decisão de que a partir de hoje sempre que for votar pertenço ao partido dos ind

O Burro.

O homem fixa o Burro nos olhos. Imperativo, cheio de certeza, diz-lhe no seu tom mais afirmativo: “Anda Burro!”. O Burro, burro como é, fica parado. Olha estático o homem, no seu olhar vago. Fosse o homem um fardo e o burro agiria, mas o homem é só o homem e nem sequer é o seu dono. O homem insiste já desesperado, na inquietude normal de quem olha para o Burro e grita vezes sem fim: “Vai burro, anda!” E o Burro, burro como ele é, fica parado a olhar. Não sabe como agir e mantém os quatro membros estáticos. O homem, em pleno desespero, e aproveitando estar a sós com o Burro, tenta explicar: “Põe uma pata para a frente, Burro. Vá Lá! Por favor.” Mas o problema mantém-se o Burro é um Burro, e burro como é não fala a língua do homem, e tudo o que o dono lhe ensinou daquele linguajar foi Arre Burro e Yohoo e mesmo assim naquela pronúncia do interior que não é a do homem. E assim o Burro se fica e o homem se irrita. O homem grita e argumenta, e o burro parado de olhos baços tenta inglório en

Aldeia de Santa Isilda.

António, vivia solitário naquela pequena aldeia abandonada de Santa Isilda, um lugarejo em torno de uma estrada poeirenta. A sua única companhia era o Tio Manel, da “Tasca do Tio Manel”, que com poucos clientes para servir, ía com ele travando longos debates em verdadeira tertúlia amena sobre “bola” e política, regada e bem regada a copinhos de fundo de 3 e água-ardente de medronho. De quando em quando, aparecia o Zé da oficina e o seu ajudante, e comentava o carro que rebocara de véspera ou o calendário novo. De resto para novidades, tinha que aguardar o telejornal. Via-o em silêncio na mesa do fundo, depois erguia-se lentamente porque o seu tempo era muito e o que fazer pouco, ia até ao balcão e falava calmo sobre as notícias que acabara de ver. Normalmente o Tio Manel, aproveitava o fim do diálogo para lhe dar para ler o Correio da Manhã, a geito de vai lá sentar-te que o nosso tema de conversa já se esgotou. Voltava então, naquele compasso de quem não é aguardado, para a mesa do ca

Lá fora!

Vive ignorante, passa tempos incontáveis deitada, contente pois o seu mundo é aquele, pequeno mas seguro no seu silêncio, cada vez que se atreve a espreitar o que lá fora existe, foge nervosa para dentro da casa. É o conforto e tranquilidade dessa sua casa, que lhe dá a segurança, lá fora tudo parece grande e avassalador, causando-lhe um pânico ridículo, e lá vai ela, que de novo se esconde. É a confusão, o ruído das pessoas que correm, as obras que nunca terminam, os gritos das crianças que brincam, os comentários dos homens nas suas pequenas discussões mundanas e triviais, que a assusta. É, o “lufalufa” do dia a dia, tão normal para os outros mas assustador para ela, na sua grandeza, nos seus ruídos dos carros a passar, das travagens que gritam como mortes anunciadas, que a aterra. De quando em quando, debruça a sua cabeça da janela e pasmada enquanto olha, não percebe o à vontade das crianças que correm livres, pondo-se a si em perigo, das pessoas que passam descontraidas sem seque

As Horas.

Olho as horas, em que o tempo passa. Passa ao lado ou não passa. Olho as horas e elas paradas, alheadas de mim, sem significado. Horas em que vou vivendo uma das minhas duas vidas, a que quero que passe rapido, mas é lenta. Foi a vida que me preencheu e animou, aquela a que me agarrei quando a outra vida nada tinha, foi a vida da realização pessoal, a vida em que eu fiz acontecer e onde tudo acontecia, a exterior. Mas agora parece que parou, ficou vazia. A outra, a interior, é aquela que outrora foi vazia, mas um dia encheu, tornou-se grande, repleta, transbordante e essa corre fugidia. Passa rapida, sem que dela tire o proveito que lhe devo, sem que eu esteja vivo nela. O pior é que a vida vazia, vaza para a cheia e arrasta para ela aquilo que nela criou a desilusão as horas perdidas, fazendo da cheia, não tão cheia, ou cheia de pequenos vazios e ela não cresce como devia. Olho paras as horas, e elas não passam. Olho para a vida, e ela vazia e parada. E tarda a vir a vida cheia que l

Nobel

Um disléxico como outro qualquer, andou que tempos, a escrever, escondendo do mundo, que a disléxia era a sua arte, á sua escrita chamaram, estilo, porque a sua disléxia dava uma forma estranha ás frases, mas não tornava as palavras ilegiveis, ele sabia que no fundo era um disléxico, mas escrevia. Um dia foi premio Nobel, porque a sua escrita disforme a muitos tocou, as pessoas eram levadas a engano naquele falso estilo que as apaixonava, como tantas vezes acontesse. Os criticos ademiravam elogiosamente as brincadeiras da sua disléxica escrita e os Juris, esses achavam aquela escrita unìca. Então cheio de vaidade e gloria, ele continuou a escrever, sabia que a forma ao escrito não era ele que dava, mas sim a sua dislexia. Ele escrevia a pensar numa coisa, mas depois nascia outra no papel, as letras ião de um lado para o outro e era rescrito o texto, sem que ele soubesse o que lá ia. Mas ele não se importava a ele sobrava a fama e o orgulho. E ele mentio, escondeu e escreveu! Escreveu,

Palavra.

Comentarios que nos vamos abitoando ao longo dos tempos, não magoa apenas cansa, ouve-se repetido vez e vez, passa sem deixar marcas mas com a constante monotonia do já esperado. Mais cedo ou mais tarde virá. Ao mundo interessa o diferente para comentar, mas não para conviver, repodia sem pensar e comenta que não vale apena continuar. O mundo não quer criar apenas recriar, não quer sair do convencional, pois o desconhecido o assusta, o diferente o divergente, não quer andar, não aguenta a carga. É o mundo da piada evasiva facil e esquiva. É o mundo repetido da palavra fugitiva que corre no outro sentido, usada para evitar a confrontação, usa a estrategia da retirada, do não falar ou apenas escarnecer. É o mundo do olhar para o lado, do evitar o olhar, do recriminar mudo e infrutifero, do silencio constrangedor que se segue a palavra solta na esperansa que se cale para sempre, que não deixe eco nem simples murmurio. É o mundo seco, insonoro, calado da admissão do convivio com o incomu

Novo acordo Ortografico

Passados anos, poucos mas bons, sobre o ultimo acordo ortografico, acho que é altura de se começar a trabalhar no próximo, é preciso analisar o que a nossa lingua tem evoluido ao longo do tempo e trabalhar em continuidade, primeiro deu-se um paço positivo ao eliminar do Português os K’s, Y’s e W’s, depois acabou-se com os PH’s, tudo isso num passado já distante, mas mais recentemente liquidaram-se a maior parte dos C’s mudos, o que é uma evolução, e embora eu ainda seja saudusista de alguns dos C’s mudos na verdade a mudansa apenas simplificou a lingùa. Como grande interessado que sou na simplificação, aproveito este espaço para chamar a atensão para algumas coisas com que se poderia acabar. Em primeiro luga, a obvia, que é o Ç, uma boa parte das linguas, inclusive a mais falada da actualidade, não têm tal coisa, o que prova que é verdadeiramente desnecessária a sua existência. Em segundo lugar não seria de acabar e mesmo correndo o risvo de ficarmos todos a falar á Transmontano eu pro

Alta Marinharia e a arte de velejar num dislexico.

Velejar, é uma grande tradição Portuguesa, os nossos marinheiros trouxeram a gloria à Patria e os nosso estudioso inventaram métodos de velejar, intrumentos de marinharia e velas como a espinácula, que hoje em dia ridiculamente nós tratamos por um anglesismo. Como tal, a dada altura da minha vida, o meu pai, um marinheiro amador convicto, resolveu inscrever-me num curso de vela. É deveras uma arte fascinante, a beleza que a rodeia e o praser que adevem de andar num pequeno veleiro é inenarravel, o vento suave na cara, o quase silencio só quebrado pelo pequeno burbulhar do casco e o bater das velas. A sensação de liberdade de que nos invade, quando fazemos trapézio pendurados no barco. É verdadeiramente magnifica a vela e a navegação. No entanto, não há bela sem se não para um disléxico, mesmo na vela nós conseguimos incontrar um problema e dar-lhe uso. E não, não estou a falar, de exames escritos que eventualmente me tivessem feito, estou a falar de terminologia nautica, e de dificulda

Blog.

O blog é um espaço democrático, onde pode escrever até aquele que, como eu, não o sabe fazer. Não é entendimento que nos espera, mas sim um um espaço de 0’s e 1’s, onde podemos descarregar a tralha que nos vai na alma. É fascinante espreitar os nossos visinhos neste espaço, todos os dias o faço, pois são visinhos que se mudão constantemente. Partem sem deixar rasto, e vão mostrando um pouco de si, mesmo que incompriencivel, parecendo aqueles amigos de verão que recordamos apenas com carinho porque nunca chegarão a mostrar os seus lados maus. Não é compreende-los que devemos esperar, pois são apenas gestos superficiais de pessoas, ou então profundos mas perdidos neste limbo informatico. Vejo, pequenas marcas, deixadas por pessoas em momentos de solidão ou partilha. São as familias que tentão criar uma residencia intemporal para elas. Os adolescentes que, como sempre, sós que tentão deixar a marca. Os Japonese sempre contidos, com as suas paginas lindas carregadas de caracteres, totalme

Copywriter

O Jovem disléxico foi a uma entrevista de trabalho, nada nesta entrevista fazia muito sentido. A entrevista era numa agência de publicidade, e o cargo era no departamento criativo da mesma como Copywriter estagiario, como puderia um disléxico ser responsavel pela parte escrita de uma campanha era uma coisa que ele não sabia, mas tentou á mesma. A entrevista exedeu as suas espectativas, o jovem disléxico, chegou á agência e passados poucos minutos já havia falado sobre o seu problema. Para seu grande espanto, o Diretor Criativo que por acaso era Director de arte de formação, disse-lhe que isso não tinha importancia, que na relidade, o que interessava era a ideia, e que para os erros existião os revisores. O jovem disléxico, ficou entusiasmado, era como se se lhe abrisse o horisonte das oportunidades laborais. Afinal ele podia ter uma profissão onde escrevesse. O estágio teve inicio poucas semanas depois, começou a faser dupla com um jovem diretor de arte, que por sorte tinha um Portuguê

Mundo Dislexico.

O mundo é disléxico, existe uma terrivel disléxia global. O mundo é totalmente povoado por pessoas incapazes de comunicar ou interpretar. A prova é a constante e sistematica intolerancia e a vastidão de formas que ganham as mensagens. As religiões seguem de forma geral a mesma mensagem, mas os religiosos vão fazendo sempre intrepretações cada vez mais distantes, até parecerm varias mensagens. Mesmo dentro das proprias religiões, vão-se criando cizões crescentes, e tudo devido a uma total incapacidade de interpretação. Os principais partidos politicos actuais, tiveram na sua genese o Marxecismo Leninismo, no entanto a intrepertação desse Marxismo Leninismo é tão dispar que se surgiram, sobre essa base, embora completamente deformados partidos tão absurdamente dispares como o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como NSDAP, Partido Nazista ou Partido Nazi. Ou mesmo procurando o exemplo nacional, quer o PPD/PSD quer o PS têm a mesma origem ideological por

Dislexico convicto.

Antonio era um disléxido, crónico, absoluto e convicto. Acreditava que o facto de não ter a minima orientação espacial, era uma clara virtude. Deleitava-se com o facto de poder sair de casa sempre que quisesse e simplesmente perder-se. passava horas a deambular, tirava prazer do facto de andar horas sem encontrar a sua propria casa. Repodiava integralmente a existencia de sistemas de navegação, e chegou mesmo a comprar um barco para poder naufragar em costas perfeitamente desconhecidas. Uma vez perdeu-se durante anos, perdeu o emprego e o contacto com o mundo, o dominio do tempo tambem não era o seu forte já o havia perdido faz anos o que, mais uma vez, para ele era uma virtude, o tempo simplesmente não passava. O problema foi quando a dada altura ele perdeu-se do mundo, o mundo rodava num sentido, e ele claro ia noutro. O mundo evoluia numa direção e ele sem notar a diferença da direita e da esquerda regredia. O mundo girava e girava, as peçoas seguiam todas na mesma direção e ele con

Estranho.

O disléxico, é um ser estranho! Ontem, e graças a ter iniciado este Blog, resolvi fazer uma pesquisa na Net, sobre o tema, coisa que não fazia à alguns anos, no meio da muita tralha do costume encontrei alguns estudos interessantes. Dessa pesquisa saquei alguns dados pertinentes sobre os quais me apetece falar. Em primeiro lugar, depois de anos de investigação os cientistas não conseguiram ainda defenir as causas deste problema, não sabem sequer muito bem definir o problema em si. Contradizem-se constantemente, identificam na sua generalidade a disléxia como uma dificldade na leitura, tendo, que eu, um reconhecido disléxico desde 1980, não o identifico como tal. A expressão, dificuldade de leitura significaria custar a ler seja o que for e isso não me acontece. Eles mencionam mesmo a existencia de um atrazo na sua aprendizagem, isso eu considero meramente ridiculo, aos 7 anos eu já lia fluentemente, mesmo antes de me ser identificado o problema. A minha conclusão é simples, é o velho p

A primeira vez.

Recordo-me de uma conversa, teria eu os meus 9 anos. O sitio era a minha sala de aulas, encontrava-me sentado naquela pequena e velha secretária de madeira, daquelas com banco incorporado e sitio para meter o tinteiro e uma concavidade para os lapis. Penço que estaria a desenhar, enquanto ouvia. Na sala ao lado, a do piano, a Dona Maria Aurelina dizia com uma vós ponderada á minha mãe: “- Sabe, o menino não é burro… e ele está muito bem nas contas, na Historia, mas na escrita, não sei! Nunca vi nada assim!”, a Minha mãe respondia calmamente que ela e o meu pai tambem já tinhão detetado o problema, e que inclusivé eu já tinha uma consulta marcada numa Psicologa. Bem, pelo menos não sou burro. Mas será que sou louco? Quando dei por min, estava sentado, noutra secretária,mas desta vez na univercidade de medicina de Lisboa, á minha frente queestionários e desenhos. Foram dois dias de, perguntas do tipo o que é que quer dizer a sigla GNR, ao que eu em panico respondia com medo de afinal se

O Inferno!

O Inferno de um disléxico é na terra, ser-nos-à entregue o reino dos céus na altura do julgamento final. Quando um dia finalmente nos depararmos com S. Pedro o que ele nos dirá é simples: “- tenho um problema, você sofreu na terra, estivemos a fazer contas ás vezes que lhe foi exigido que preenchesse papelada nas escolas, finanças, redistos e outros que tais… acrescentámos a duplicação de papeis devido aos enganos constantes… o que teve de trabalhar para compençar o dinheiro que gastou em segundas vias dos impressos… a quantidade de comentários absurdos que teve de ouvir… as vezes que andou perdido na rua… a quantidade de vezes que teve de pedir indicações a mais… e cheguei a uma conclusão, é que, como ainda por cima você é honesto e pecou tão pouco, e tendo em consideração o nivel de pessoas que nós cá temos de aceitar para isto não estar vazio, a eternidade não chega para lhe pagar… Como tal vamos ter de proceder a reenbolço, olhe volte para a terra e peque, peque muito você vai ter

Nesta Lingua?

“- O que é que estás a fazer?… A Escrever?… Mas tu não sabes escrever, pelo menos, nesta lingua!…” Foi o que me foi dito hoje pela manhã, pela minha coleguinha do lado. Se ela não passasse a vida a corrigir os meus textos proficionais, quase que ficaria furioso, mas ela lê aquilo que eu escrevo e corrige, tornando a minha imagem profissional um pouco menos negra, e como tal, deve saber o que fala. Mas volto aqui ao começo ou pelo menos à parte final do mesmo, “-Tu não sabes escrever, pelo menos nesta lingua!…”. É uma pena, a minha Mãe, professora de Português, bem tentou ensinar-me a bela lingua do “Poeta”, e eu, nada! Indiferente ao seu encanto devido ao meu autismo linguistico desenvolvi a minha propria lingua. Um linguajar mais percetivel que o Mirandês, mas completamente aleatorio, muda constatemente, enebria-me e chega a confundir o proprio orador. Quem me dera que, ao menos, fosse uma Lingua morta como o Latim, assim não teria evoluções constantes e talvez um dia eu conseguisse d

Ler nas entrelinhas!

Ler nas entrelinhas, é uma dadiva dos disléxicos, vivemos na emoção de ver o que lá existe, podemos não ler palavras, saltar linhas sem perder o sentido e ver outros sentidos no que se escreve, lê ou vê. Os significados ocultos são-nos facultados como por artes mágicas, e sentimos realsar os pontos que não nos querem mostrar. Escrevo isto a proposito da comonicação social, passei as minhas ultimas férias a devorar jornais e revistas. A idade tem destas coisas, uma pessoa vai envelhecendo e vai começando a preocupar-se com o mundo, saimos da irresponsabilidade para a preocupação mesmos antes do desencanto que antecede o ponto final paragrafo, e lá está, passei mais uma vês pelas linhas da vida saltando o seu conteudo. Mas voltando ao que interessa, a imprensa escrita, o que eu retirei desta leitura ineterrupta, foi simples, quase tudo o que lá encontrei era digno de pular, bastava uma ou duas entrelinhas para se perceber, a escrita é desinteressante, e os temas são filtrados deformado

Um problema menor

Como sempre, quando cheguei de ferias, tinha o meu mail box com 298 mensagens. Comecei a separar o trigo do joio e sobrou apenas uma, o que demonstra a utilidade real das nossas tecnologias, na realidade o mail box deveria ser um junk box de onde se poderia retirar o que interessa, não faria grande diferença mas seria mais honesto. Voltando ao que interessa, sobrou uma mensagem importante, era do meu irmão, passando o pessoal pois isso redundantemente é pessoal e não vos diz respeito, ele comentava a proposito deste Blog: - "...nunca falámos sobre a tua dislexia que, para mim, sempre me pareceu ser um problema "menor"... Tendo em consideração que ele é o meu unico leitor, resolvi dicertar um pouco sobre esta questão, o tamanho do problema que é ser diléxico. Começo por dizer que para mim seria de facto um grande problema se eu pretendesse ser escritor, tal como seria eu querer ser pintor com a falta de talento que tenho para o desenho. Não dramatizando o tema pois não é

Linguagem de maquina

Um lamentavel labirinto! Uma cidade geometrica sem nomes de ruas! Um espeço nevoiro! Ando perdido por este cerebro á 33 primaveras. Custa um pouco um pouco encontrar a informação numa biblioteca de dados iletrada, não deixa no entanto de ser supreendente as varias formas que o "mesmo" pode tomar. Gostava eu de pintar como escrevo, seria capaz de passar uma vida debroçado sobre um unico objecto, sem nunca o repetir, seria a revolução do abestrato, o renovar do sorrial e no fim continuaria a supreender. Engraçado é tentar escrever e ver uma nebolosa onde se forma e deforma a palavra, em que ela muda a um ritmo cadenciado, em que rodam as letras e se vão tentando posicionar como de um sorteio se tratasse, e derrepente se tem de decidir, "-fica assim, esta palavra já cança, quero chegar ao ponto final, esse eu sei escrever.", depois ocorre o logico, tambem sei fazer traços, quem sabe em morçe, isto fosse mais facil, ou 0 e 1, e ser um ser binario a usar linguagem de maq

Vantagens de se ser dislexico.

Um dislexico é um indevido com uma total capacidade de convivencia com a aliaturiedade, não possui o minimo sentido de orientação ou de ordem. Tudo é uma grande bagunça, uma sequencia aleatoria de letras pode na nossa cabeça fazer um sentido perfeito, um caminho é envariavelmente diferente, pois nunca será repetido, estamos constantemente perdidos. Por esta altura, altura a pergunta qiue se devem estar a por é: "Onde raio é que está a vantagem disso?", a resposta é simples, estamos abituados a conviver com o facto de estarmos perdidos. De tudo, não fazer sentido nenhum. De sermos constantemente supreendidos na vida. E isso é o dia dia nosso e o de todos os restantes, simplesmente nós temos uma explicação para o facto de não compreendermos nada, de toda a vida ser uma bagunça e de andarmos sempre perdidos.