Skip to main content

Palavra.

Comentarios que nos vamos abitoando ao longo dos tempos, não magoa apenas cansa, ouve-se repetido vez e vez, passa sem deixar marcas mas com a constante monotonia do já esperado. Mais cedo ou mais tarde virá.
Ao mundo interessa o diferente para comentar, mas não para conviver, repodia sem pensar e comenta que não vale apena continuar.
O mundo não quer criar apenas recriar, não quer sair do convencional, pois o desconhecido o assusta, o diferente o divergente, não quer andar, não aguenta a carga.
É o mundo da piada evasiva facil e esquiva. É o mundo repetido da palavra fugitiva que corre no outro sentido, usada para evitar a confrontação, usa a estrategia da retirada, do não falar ou apenas escarnecer.
É o mundo do olhar para o lado, do evitar o olhar, do recriminar mudo e infrutifero, do silencio constrangedor que se segue a palavra solta na esperansa que se cale para sempre, que não deixe eco nem simples murmurio.
É o mundo seco, insonoro, calado da admissão do convivio com o incomum, é mais facil não haver a palavra do que ela viver ao lado da que o mundo quer ouvir ou ler.
E eu aqui parado vou indo no seu movimento, e calo, silencìo o que me vai no pensamento, travo a traqueia para que não largue som, estrangulo a voz numa tentativa de que uma vez morta não me cause dissabores.
Calo porque a palavra tem forma, e ao mundo não interessa quem a deforma ou transforma, não interressa o que vem dentro apenas o codigo que a rege, que a comanda, que a ordena. Vivo com a ausencia da escrita uma vida escondida, fujo arredio da letra que a transporta, para que não volte de novo a resposta, a piada o comentário repetido vez sem conta. Silencìo e calo, mas mesmo assim sei que virá.

Comments

Humor Negro said…
Ena! Poesia disléxica no seu melhor! Parabéns.
mjm said…
:)
Nem de propóstito!!!
Isto mudou de cor??
;)
Vou ler
mjm said…
Ao mundo interessa o diferente para comentar, mas não para conviver -- na mouche!
Quase tenho q concordar com o HN e por outro lado lembrar-me de uma passagem d' «O Principezinho»: "a linguagem pode ser uma grande fonte de mal-entendidos"... Mesmo assim, vale a pena.
;)
MJM, muito obrigado por me rordares o meu livro preferido da infancia.

Popular posts from this blog

Setimo Dia

Era o sétimo dia, estava ele ali sentado quieto a descansar, agradava-lhe o geral da criação. Olhava e sentia contentamento com o que havia criado. Aproximou-se dele Gabriel, o raio do arcanjo vinha de novo com aquele ar de preocupado. Que chato ter criado seres tão perfeitos, sempre preocupados com tudo e com todos. Mas pronto tinha de os perdoar afinal de contas, assim assexuados, tinham de inventar coisas para se entreterem e para imperfeito já chegava aquele que saiu com defeitos o Lucifer. Gabriel, aproximou-se e com a sua habitual delicadeza, questionou sobre a preocupação que tinha no momento. Teria Deus contemplado os humanos com a eternidade como fizera aos Anjos, e se o fizera aonde haveria espaço para os arrumar todos no céu, visto que seriam tantos ao longo tempo. Então Deus condescendente olhou Gabriel, e pensou que de facto poderia conviver a eternidade com todos estes seres que nunca o compreenderiam. Deus prometera a eternidade aos humanos, mas não sobre a forma de vida

Estranho.

O disléxico, é um ser estranho! Ontem, e graças a ter iniciado este Blog, resolvi fazer uma pesquisa na Net, sobre o tema, coisa que não fazia à alguns anos, no meio da muita tralha do costume encontrei alguns estudos interessantes. Dessa pesquisa saquei alguns dados pertinentes sobre os quais me apetece falar. Em primeiro lugar, depois de anos de investigação os cientistas não conseguiram ainda defenir as causas deste problema, não sabem sequer muito bem definir o problema em si. Contradizem-se constantemente, identificam na sua generalidade a disléxia como uma dificldade na leitura, tendo, que eu, um reconhecido disléxico desde 1980, não o identifico como tal. A expressão, dificuldade de leitura significaria custar a ler seja o que for e isso não me acontece. Eles mencionam mesmo a existencia de um atrazo na sua aprendizagem, isso eu considero meramente ridiculo, aos 7 anos eu já lia fluentemente, mesmo antes de me ser identificado o problema. A minha conclusão é simples, é o velho p

Ordem?

Critico-me pela minha falta de contibuição para a ordem global, ou abestinencia política. Os meus pensamentos ligeiramente de esquerda não ajudaram muito, especialmente no ceio de uma familia de direita, havia um desconforto em tomar uma atitude política, e ainda bem, no fim de contas sou disléxico, o uníco contributo que poderia dar era para a desordem global. Seria mais do mesmo, existem centenas de pessoas a dar esse contributo sentadas na Assembleia da Republica, numa espécie de praga concentrada de disléxicos, eles confundem a direita com a esquerda e trocam de palavra como quem troca de camisa. Mal se dá uma eleição o discurso altera-se, dia novo camisa nova, nada de novo. Quanto a contribuir, eu ainda sou daquelas pessoas que vão votar se bem que cada vez com mais dificuldade, nesta ultima eleição entrei na mesa sem um sentido de voto e sai de lá na mesma, e a próxima adevinha-se ainda pior, tomei a decisão de que a partir de hoje sempre que for votar pertenço ao partido dos ind